Divulgação do balanço imobiliário do ano de 2009 aponta boas expectativas para 2010


Divulgação do balanço imobiliário do ano de 2009 aponta boas expectativas para 2010


No último dia 23, foi divulgado o balanço imobiliário do ano de 2009 pelo Secovi-SP, com dados da Embraesp. Para os profissionais do mercado é muito importante que estas informações sejam bem “digeridas” a fim de compreender-se a expectativa de resultado para 2010 e, assim, criar uma linha estratégica de atuação.

Fazendo um resumo do balanço, o que se pode mesmo afirmar é que o mercado imobiliário começou 2009 tímido e retraído, com pouco volume de lançamentos, reflexo da crise mundial. Mas, após uma série de medidas do governo brasileiro, logo no início do ano, para minimizar os impactos aqui no país, o cenário começou a mudar e dar claros sinais de reabilitação. Dentre tais medidas, as mais pontuais para o setor foram: a redução do IPI para os materiais de construção e o programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Com tudo isso, mais efetivamente no início do segundo semestre do ano, a efervescência das atividades imobiliárias voltou.
Em dados específicos, no ano de 2009, 40,6% das operações de crédito realizadas no Brasil foram destinadas à habitação. E o total de unidades financiadas aumentou de 536 mil, número de 2008, para 686 mil. Destas, 56% foram financiadas com recursos do FGTS.

Foram financiados 49,6 bilhões de reais e a expectativa é de se bater os 69 bilhões neste ano de 2010.

É relevante informar que, em 2009, houve queda no número de empregos formais no Brasil, mas, como no decorrer do ano todos os setores da economia demonstraram recuperação significativa, a tendência esperada para este ano é de superar o número de trabalhadores de 2007 e 2008.

Os dados levantados evidenciam a contínua evolução econômica do país e de seus cidadãos. E todos que atuam no mercado imobiliário sabem que tudo isto é verdade. Uma amostra disto é que, desde o ano de 2003, vem caindo sensivelmente a inadimplência dos mutuários no pagamento de seus financiamentos. De 11,2%, o número baixou para 2,56%, em 2009. A média de valor de financiamento sobre o valor do imóvel também aumentou, chegando a 61% (em 2008, a média foi de 58,6% e nos anos anteriores sempre foi mais baixa).
Analisando, especificamente, o mercado imobiliário da capital paulistana vê-se que nos meses de Novembro e Dezembro de 2009 o número de lançamentos foi equivalente aos primeiros seis meses do ano, e por isto, a sensação de otimismo para 2010 continua.

Devido à política habitacional, entretanto, o perfil dos empreendimentos lançados mudou. Houve um crescimento de 26,5% de imóveis de 02 dormitórios e redução de 33,3% dos imóveis de 04 dormitórios, em comparação com 2008. E a tendência para os lançamentos de 2010 é que continue maior o número de lançamentos de unidades mais compactas, sendo a maior parte de 02 dormitórios.

Não é surpresa que a maior parte dos lançamentos de unidades residenciais com valor de venda até R$ 130 mil, que se enquadram no programa “Minha Casa, Minha Vida”, tenha se concentrado nos bairros da Zona Leste da cidade de São Paulo. E, com base na experiência da dinâmica do mercado paulistano, a expectativa é de esta região continuar tendo o maior número de lançamentos neste padrão econômico e supereconômico, na qual se encontra grande parte da demanda para este tipo de produto na capital.
O ano fechou muito bem, e o valor global de vendas (VGV) negociado no mercado superou 2008, chegando a 11,6 bilhões de reais. O VSO médio (vendas sobre oferta) também foi superior, de 17,6%.

Para concluir, então, o que se espera de fato para 2010 é que o mercado imobiliário do Brasil e, especificamente, do estado e cidade de São Paulo, continue em franco crescimento. E supere, sem dúvidas, os números de 2009. Também se espera que as disputas políticas que vem se acirrando com a proximidade das eleições presidenciais não tragam graves e ruins conseqüências, uma vez que níveis altos de insegurança e stress político sempre se refletem na economia de um país.

O Brasil está bem, assim como seu mercado imobiliário, num momento único de estabilidade e desenvolvimento.

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