A sustentabilidade tratada nos empreendimentos imobiliários
Um dos temas muito presentes nas discussões entre incorporadores, construtores e, até mesmo (se não mais), investidores do mercado imobiliário é a sustentabilidade na construção.
Considerado um dos vilões para o meio ambiente, o setor da construção civil vem se preocupando, cada dia mais, em como impactar no ambiente natural de forma consciente e sustentável.
Como ninguém mais quer ser considerado vilão no mercado, cresce, visivelmente, o número de empresas que vem empreendendo projetos buscando sustentabilidade.
Um empreendimento imobiliário para ser considerado sustentável precisa ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Assim sendo, já se vê que não é simples que um mesmo empreendimento atenda a todos estes requisitos.
Quanto maior a atenção a essas premissas e à gestão racional da energia, do uso da água e da destinação de resíduos, mais sustentável é o projeto. Deve-se procurar a economia de recursos naturais na operação do edifício, e não somente em sua obra.
Entretanto, tudo na construção civil tem um custo e este deve ser sempre adequado aos interesses do cliente.
O preço que o incorporador de uma torre comercial padrão “Triple A” poderá pagar para ter um empreendimento sustentável é bem diferente do que o possível para o incorporador de um condomínio residencial padrão econômico, por exemplo. Mesmo sabendo que a economia na operação do condomínio ao longo dos anos pagará todo o custo, nem sempre se pode ter todos os itens ideais a um empreendimento sustentável, pois estes ainda não são considerados valor agregado a unidade residencial pelos clientes finais deste padrão na hora da decisão da compra.
Nada disso, no entanto, significa que as duas modalidades de projetos imobiliários não possam ser responsáveis na utilização dos recursos do meio ambiente, na proporção que lhes for permitido em função dos custos.
As soluções tem de ser viáveis, mas devem existir, pois se está falando do uso de recursos que são finitos em nosso planeta e isto deve ser compreendido por todos.
Uma das transformações mais necessárias nos empreendimentos residenciais, mas que não é simples e nem de baixo custo, é a utilização da energia solar para o aquecimento da água. Mas, já é possível encontrar soluções deste tipo até nos projetos de padrão econômico de algumas construtoras e incorporadoras mais engajadas com a causa. Este fato prova que, se houver a predisposição, muitas metas consideradas difíceis podem ser alcançadas.
Outras ações menos onerosas e complexas, mas não menos indispensáveis, estão sendo difundidas em todo tipo de projeto imobiliário, são estas: aproveitamento da água da chuva; uso de metais que permitem a redução de consumo; automatização da iluminação das áreas comuns aliada ao uso de lâmpadas de alta eficiência; medição individualizada de água, esgoto e gás. Sobre este último item, algumas prefeituras municipais já tratam como obrigatoriedade a individualização das medições nos projetos para que sejam aprovados, o que mostra sua importância para a redução do consumo.
Um item também muito importante para o meio ambiente é a utilização racional da madeira nos canteiros de obra.
É interessante divulgar que a Caixa Econômica Federal tem até um programa direcionado a esse objetivo, que é denominado “Madeira Legal”, existente desde janeiro de 2009. Desde sua implantação, todos os empreendimentos financiados pela instituição tem de apresentar o DOF (Documento de Origem Florestal) das madeiras usadas na construção acompanhado de uma declaração que informa o volume consumido e sua destinação final.
O que é possível ver, é que está havendo uma conscientização dos profissionais e empresários do setor para que os empreendimentos tanto comerciais como residenciais possam ser, cada vez mais, sustentáveis.
O que, no início, foi mais um argumento de marketing imobiliário, hoje, passou a ser, de fato, uma grande preocupação. E o marketing poderá ser a ferramenta utilizada para mostrar quem não está se preocupando e, assim, deixar este tipo de empresa no, tão rejeitado, papel de vilã.
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