Ontem, em um programa de rádio que ouvia logo pela manhã a caminho do trabalho, uma formadora de opinião que estava dando declarações sobre o problemas enchentes em São Paulo, finalizou sua "brilhante" análise sobre o assunto dizendo que há também a falta de planejamento da cidade que aprova inúmeros novos empreendimentos imobiliários e acaba por assim sobrecarregar a infraestrutura da cidade. "E ninguém tem força para embargar as obras" - concluiu.
Como representante do lado das incorporadoras imobiliárias (sérias do setor), venho em defesa informar que o comentário nada mais é que total desinformação.
Hoje, é tão difícil aprovar-se um projeto na cidade de São Paulo (e na maioria das outras do estado), que cada aprovação conseguida é motivo de muita (mas muita) comemoração.
Para se ter a honra de poder empreender na cidade de São Paulo, os construtores estão, praticamente, reconstruindo a infra da cidade.
Cada aprovação vem carregada de obrigações caríssimas de investimentos em infraestrutura urbana, que vão desde extensões e redimensinamentos de redes de água e esgoto até o pagamento de taxas para se investir em sinalização e alterações no trânsito da região afetada pelo empreendimento.
A culpa pelas enchentes não é do incorporador sério que leva às vezes mais de um ano para ter seu projeto aprovado (pois este passa por rigorosas análises pelas diversas Secretarias municipais). A culpa, talvez, possa ser de todo o descaso na construção da cidade de antigamente (décadas e séculos atrás), que não levava em consideração seu crescimento, da falta de infraestrutura em alguns locais muitas vezes resultantes de loteamentos ilegais e, também, pela quantidade inimaginável de lixo que é produzido e jogado nas ruas, rios, córregos e "bocas de lobo".
O que mais indigna é que a população que mais sofre com as enchentes costuma ser a que mais joga lixo em locais impróprios.
Portanto, os incorporadores que tem obtido lucro sim, mas que também em muito
tem colaborado pelo bom desenvolvimento da cidade, construindo obras bem planejadas (muitas usando conceitos de sustentabilidade), legalmente aprovadas, pagando todos seus impostos, gerando milhares e milhares de empregos, não podem ser culpados pelo caos da cidade em dias de chuva!
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